quinta-feira, 2 de agosto de 2012

'PES 13' entrega o que promete e entra nos trilhos, mas com um "pecado"

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A Konami arregaçou as mangas da camisa em 2012 e colocou a franquia Pro Evolution Soccer nos trilhos. Talvez eles não consigam já em 2013, mas com o atual título dá para acreditar que em pouco tempo eles voltem a ter um game que bata de frente com o Fifa, franquia rival que vem abrindo distância nos último anos. No PES 13, a experiência de jogo já é totalmente diferente do que a dos anteriores, mas ainda mostra algumas falhas. 

PES 13 é um grande jogo. O ponto principal que faz dele um produto bem melhor que seu antecessor (e um diferencial a ser levado em conta em relação ao Fifa) é o controle total de passe. O jogador consegue colocar a bola em qualquer lugar das quatro linhas e isso traz um fator de imprevisibilidade para a partida. Andando pelo meio-campo com o gatilho esquerdo acionado, o gamer consegue se sentir como um verdadeiro camisa 10, esperando uma oportunidade para colocar o artilheiro na cara do gol. 

As tabelas ficam mais plásticas com o novo sistema. Quando feita por jogadores habilidosos, como os do time do Barcelona ou Real Madrid, as jogadas saem naturalmente. Mas está no sistema a primeira pequena falha do jogo. Ela não atrapalha na jogabilidade, mas incomoda quem está acostumado a ver partidas de futebol na TV: nem sempre o jogador escolhe a melhor maneira de fazer o passe. Um exemplo: em uma situação, em uma bola vinda da lateral, o jogador iria dar o passe de primeira, na diagonal e para trás. Ao invés de fazer o passe de calcanhar, ou com a lateral do pé, o "boneco" virou o corpo e fez o passe de frente. A fluidez da jogada foi a mesma, mas a plástica não. 

Outro ponto incluído na versão 2013 do jogo que às vezes pode trair o jogador é o novo sistema de domínio. No geral, ele melhorou o game. Os jogadores dominam e viram para a jogada mais rápido e têm um leque maior de maneiras de matar a bola. Contudo, às vezes, o domínio feito é rebuscado demais, quebrando o ritmo da jogada, ou dando tempo para o zagueiro se recuperar. 

A movimentação do ataque está mais inteligente. Quando o sistema de passe manual é usado, zagueiro e atacante não esperam o movimento do gamer, mas ambos vão em direção a bola e o mais rápido leva a melhor. Os jogadores mostram bastante movimentação e os mais velozes se apresentam bastante para finalizar. O "estranho" (mas que não chega a ser um ponto fraco no quesito) é que "quase nunca" os jogadores ficam impedidos, sempre estão de olho na linha de zagueiros, o que não é o que necessariamente acontece nos jogos de verdade. 

A parte defensiva recebeu algumas mudanças, mas pode ainda ser feita basicamente com as ordens de pressão pelo controle, praticamente de uma maneira automática. Claro, um jogador mais habilidoso sabe como sair deste tipo de marcação, exigindo mais atenção do adversário. 

A fluidez do PES continua a que é característica da franquia. Ela parece ser mais amena que a do adversário Fifa e os gráficos nos detalhes são mais rebuscados. Item que consegue ser bem visualizado no momento dos closes e dos replays. O sistema de dribles ganhou alterações, mas não se tornou mais importante no jogo. A ausência de movimentos de habilidade não tem um grande impacto na maneira que o título é executado. 

O PECADO: 
A maior falha do PES 13, contudo, não está no desenvolvimento e nas mudanças. A franquia parece não ter a "cultura do futebol". Um exemplo: Ronaldinho Gaúcho, jogador que já foi melhor do mundo, mas hoje está mais próximo do final da sua carreira do que do auge, tem nível 93 (de um máximo de 99). Ao mesmo tempo, Neymar, atual principal jogador da Seleção Brasileira, tem nível 87. 

Esta mudança de cultura, contudo, também pode estar chegando: a empresa anunciou que o jogo vai deixar de ser criado no Japão e vai para Londres, em um novo estúdio que será aberto especialmente para o desenvolvimento do título de futebol. A Konami espera, com isso, levar esse espírito do esporte, muito mais presente nos ingleses do que nos japoneses, para o PES 13. Não só o local de criação será alterado, a equipe de desenvolvimento será renovada, o que deve acabar com esse tipo de discrepância nós próximos jogos. 


Times Brasileiros 
Por conta da licença, são apenas seis times brasileiros no PES 2013: Corinthians, Flamengo, Fluminense, Internacional, Santos e Vasco, participantes da Libertadores 2012. O melhor jogador dos clubes nacionais é Ronaldinho Gaúcho, seguido por Neymar e Deco. 

O Corinthians tem como melhor jogador o volante Paulinho. A média de seu ataque tem 73 pontos, a defesa 71, a velocidade é 81, a tática 67, a técnica 74 e o físico 77. O Flamengo tem como destaque Ronaldinho Gaúcho e apresenta 71 pontos de ataque, 70 de defesa, 82 de velocidade, 65 de tática, 77 de técnica e 73 de físico. 

Deco é o destaque do Fluminense, que tem ataque com média de 75, defesa com 71, velocidade com 75, tática com 71, técnica com 77 e físico com 81. O Internacional tem o argentino D'Alessandro como craque, 73 pontos de ataque, 74 de defesa, 81 de velocidade, 69 de tática, 81 de físico e 79 de técnica. 

Santos tem o ídolo Neymar, 74 de ataque, 73 de defesa, 78 de velocidade, 77 de tática, 79 de físico e 81 de técnica. O Vasco tem o veterano Juninho como principal jogador e seu ataque média de 73, a defesa de 70, sua velocidade tem média 78, a tática 71, o físico 79 e a técnica 78. 

O nível apresentado pelos times brasileiros, contudo, é muito inferior ao dos europeus. O que seria normal, se a superioridade fosse em uma comparação com Barcelona, Real Madrid, Bayern e os outros times de ponta. Contudo, o game apresenta aquela já citada disparidade, pois essa elite do Brasil leva a pior em comparação com times pequenos de fora, como Málaga, Getafe e Athletic Club. 

Mas se o PES 13 chega com menos clubes do Brasil do que seu rival, o jogo vai contar com um estádio bem conhecido dos brasileiros: a Vila Belmiro. A casa de craques como Pelé, Coutinho, Diego, Robinho, Neymar e Ganso é uma das opções do jogo. Com seus vidros ao lado do campo e o curto espaço entre as linhas e a torcida, o campo está bem representado no game. 

No final das contas, PES 13 cumpre o que a Konami prometeu lá atrás, quando divulgou as primeiras informações sobre o game. Ele é um avanço em comparação aos games passados da série e pode ser o primeiro passo para uma mudança de rumo. 

A empresa japonesa afirmou que o jogo será o principal game de futebol da próxima geração de consoles. E esse nível apresentado pelo PES 13 pode ser uma garantia que o título que agora será criado no berço do futebol vai voltar mais forte para disputar a liderança do mercado.

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